quinta-feira, 21 de novembro de 2013

São Paulo terá primeiro ônibus a bateria do País

Elétrico desenvolvido em parceria por Mitsubishi e Eletra tem autonomia de 200 quilômetros.



Começa a ser testado este mês no trecho Diadema-Brooklin, dentro da região metropolitana de São Paulo, o primeiro ônibus elétrico brasileiro movido por baterias. OE-Bus, como é chamado, foi criado em parceria pelas empresas japonesas Mitsubishi Heavy Industries e Mitsubishi Corporation e a brasileira Eletra, especializada em veículos de transporte urbano com tração elétrica. 

O chassi articulado do veículo é da Mercedes-Benz, a carroceria da Induscar/Caio e o sistema de tração e o motor elétrico da WEG. A concessionária Metra e a EMTU/SP (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) são responsáveis pelos testes iniciais. A partir do ano que vem, passageiros serão transportados no ônibus elétrico pagando pelo mesmo preço de um trólebus ou ônibus comum. Se aprovado, a expectativa do governo de São Paulo é de que 40 ônibus como este passem a circular nesse corredor, mas ainda não há prazo definido. 

Com 18 metros de comprimento, o veículo articulado transporta até 150 passageiros e tem autonomia operacional de 200 quilômetros. Suas baterias, de lítio-íon, fornecidas pela Mitsubishi do Japão, têm 10 anos de vida útil e poderão ser recarregadas de duas maneiras. Com sistema de recarga lenta, o ônibus é conectado a uma tomada especial na sede da Metra, em São Bernardo do Campo, e demora cerca de duas horas para repor 80% da carga das baterias, em processo que será realizado após o horário de circulação. Já a carga rápida é feito no terminal de Diadema, por meio de acoplamento automático localizado no teto do ônibus, que repõe cerca de 15% da energia em apenas 5 minutos, o suficiente para o veículo fazer uma viagem. 

A Mitsubishi foi responsável pela aquisição de baterias e instalação das estações de recarga. E a Eletra pela adaptação do sistema à carroceria. Durante evento de apresentação do E-Bus, Yoichi Kujirai, vice-presidente executivo da Mitsubishi Heavy Industries, não revelou quanto a empresa investiu na operação, iniciada há um ano, mas disse que tem interesse em transferir a tecnologia para empresas brasileiras. 

Segundo o executivo japonês, o maior desafio foi conseguir deslocar um ônibus tão grande apenas com as baterias. No total, são necessários 14 pacotes de baterias com oito módulos. Elas pesam 3 toneladas, ou 10% do peso total do ônibus. 

Jurandir Fernandes, secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, presente no evento, comemorou o lançamento: “O Brasil é o terceiro maior mercado de ônibus do mundo e esta é uma prova de que temos condições de produzir veículos sustentáveis. O nosso objetivo é substituir a frota a diesel e diminuir as despesas com a manutenção dos fios indispensáveis para os trólebus. O ônibus movido a bateria é uma tecnologia que veio para ficar e que é muito bem aceita pelo Estado de São Paulo.” 

A extensão Diadema-Brooklin, com 11 quilômetros de extensão, foi escolhida por não ter veículos isentos de emissão de poluentes, como os trólebus elétricos que já rodam em outros trechos da cidade. 

Veja como funciona o E-Bus: 







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