Começa a ser testado este mês no trecho Diadema-Brooklin, dentro da região metropolitana de São Paulo, o primeiro ônibus elétrico brasileiro movido por baterias. OE-Bus, como é chamado, foi criado em parceria pelas empresas japonesas Mitsubishi Heavy Industries e Mitsubishi Corporation e a brasileira Eletra, especializada em veículos de transporte urbano com tração elétrica.
O chassi articulado do veículo é da Mercedes-Benz, a carroceria da Induscar/Caio e o sistema de tração e o motor elétrico da WEG. A concessionária Metra e a EMTU/SP (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) são responsáveis pelos testes iniciais. A partir do ano que vem, passageiros serão transportados no ônibus elétrico pagando pelo mesmo preço de um trólebus ou ônibus comum. Se aprovado, a expectativa do governo de São Paulo é de que 40 ônibus como este passem a circular nesse corredor, mas ainda não há prazo definido.
Com 18 metros de comprimento, o veículo articulado transporta até 150 passageiros e tem autonomia operacional de 200 quilômetros. Suas baterias, de lítio-íon, fornecidas pela Mitsubishi do Japão, têm 10 anos de vida útil e poderão ser recarregadas de duas maneiras. Com sistema de recarga lenta, o ônibus é conectado a uma tomada especial na sede da Metra, em São Bernardo do Campo, e demora cerca de duas horas para repor 80% da carga das baterias, em processo que será realizado após o horário de circulação. Já a carga rápida é feito no terminal de Diadema, por meio de acoplamento automático localizado no teto do ônibus, que repõe cerca de 15% da energia em apenas 5 minutos, o suficiente para o veículo fazer uma viagem.
A Mitsubishi foi responsável pela aquisição de baterias e instalação das estações de recarga. E a Eletra pela adaptação do sistema à carroceria. Durante evento de apresentação do E-Bus, Yoichi Kujirai, vice-presidente executivo da Mitsubishi Heavy Industries, não revelou quanto a empresa investiu na operação, iniciada há um ano, mas disse que tem interesse em transferir a tecnologia para empresas brasileiras.
Segundo o executivo japonês, o maior desafio foi conseguir deslocar um ônibus tão grande apenas com as baterias. No total, são necessários 14 pacotes de baterias com oito módulos. Elas pesam 3 toneladas, ou 10% do peso total do ônibus.
Jurandir Fernandes, secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, presente no evento, comemorou o lançamento: “O Brasil é o terceiro maior mercado de ônibus do mundo e esta é uma prova de que temos condições de produzir veículos sustentáveis. O nosso objetivo é substituir a frota a diesel e diminuir as despesas com a manutenção dos fios indispensáveis para os trólebus. O ônibus movido a bateria é uma tecnologia que veio para ficar e que é muito bem aceita pelo Estado de São Paulo.”
A extensão Diadema-Brooklin, com 11 quilômetros de extensão, foi escolhida por não ter veículos isentos de emissão de poluentes, como os trólebus elétricos que já rodam em outros trechos da cidade.
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