quarta-feira, 13 de maio de 2020

Marcopolo usará grafeno para reduzir peso de peças

A Marcopolo, fabricante de carrocerias de ônibus, anunciou que pretende, até o final de 2020, testar a aplicação de grafeno em novos componentes. Entre as principais características do grafeno estão a leveza e a resistência, por isso, o objetivo da empresa é reduzir o peso total de veículos mais robustos. A pesquisa possibilitaria, também, o uso do material em veículos elétricos ou híbridos, que são mais pesados por conta de suas baterias.
Considerado o material mais leve e mais forte do mundo, o grafeno é mais resistente do que o aço (200 vezes) e do que o diamante. Com espessura de um átomo, também é o material mais fino que existe. É maleável, resistente ao impacto e à flexão, e excelente condutor térmico e elétrico.
Luciano Resner, diretor de Engenharia da Marcopolo, explica que o programa está em fase de estudo de engenharia e que o plano da empresa é concluir a etapa de desenvolvimento e iniciar os testes até o final do ano. “Firmamos, no ano passado, uma parceria com a UCS, Universidade de Caxias do Sul, para o desenvolvimento do material e produção local em escala industrial. Iniciamos os estudos de caracterização, uma das principais etapas, pois permitirá determinar qual a quantidade ideal de grafeno na composição do material que relaciona diretamente com a resistência mecânica desejada para cada subsistema do nosso produto. São testes de ensaios químicos, térmicos e mecânicos, além de testes acelerado de durabilidade em dispositivos que garantem a durabilidade e confiabilidade do produto, representando as condições de utilização de nossos clientes”, diz Resner.
De acordo com o diretor, a empresa também está realizando estudos e pesquisas com o grafeno associado a outros materiais, como aço e diferentes polímeros, o que poderia resultar em ganho de peso. “Nossos trabalhos mostram que a liga com grafeno e aço proporciona redução de peso e melhoria das características mecânicas. Estamos desenvolvendo a sua aplicação na pintura, com a adição do grafeno em tintas para reduzir camadas, diminuindo custos e melhorando as características contra a corrosão”, destaca o executivo.
Em nota, a empresa informa que está trabalhando também em peças de polímero. Inclusive, está avaliando substituir componentes metálicos por poliméricos com adição de grafeno, como suportes, materiais de acabamento (estrutura do porta-pacotes e descansa-pernas, por exemplo) e alguns componentes estruturais, como poltronas. “Deveremos iniciar testes no campo de provas ainda no segundo semestre deste ano, para apresentar novidades no mercado em 2021”, conclui.