Depois de tomar a liderança do mercado de caminhões, a MAN/VW parece caminhar no mesmo sentido nas vendas de chassis de ônibus – segmento tradicionalmente dominado pela Mercedes-Benz desde a fundação da empresa no Brasil, há 55 anos. Até 2008, a marca da estrela deteve mais de 50% dos emplacamentos de ônibus urbanos e rodoviários no País, deixando o resto para outros cinco fabricantes. Contudo, essa realidade está mudando.
No primeiro semestre deste ano, a MAN permaneceu no segundo lugar do ranking de chassis de ônibus, mas foi a que mais ganhou market share, nada menos que 6,7 pontos porcentuais, saltando de 26,6% para 33,3% das vendas totais no Brasil, com expansão de vistosos 54% nos emplacamentos em comparação com os primeiros seis meses de 2010 – o dobro do avanço médio do mercado de 23,1% no período. Ao que parece, a agressiva política de preços da MAN está seduzindo frotistas de companhias de transporte público urbano.
No sentido oposto, a Mercedes-Benz, que ainda lidera o segmento, foi a que mais perdeu participação, 4,8 pontos, descendo de 48,3% para 43,5%, mesmo que com elevação de 11% nas suas vendas semestrais, ou 12 pontos abaixo da média.
O domínio das duas fabricantes no mercado de ônibus ficou até maior no primeiro semestre do ano: Mercedes-Benz e MAN têm juntas 76,8% de share (contra 74,9% no mesmo período de 2010). Esse movimento comprova que a Mercedes está perdendo vendas principalmente para a MAN – assim como também acontece no segmento de caminhões.
Dos seis fabricantes de chassis de ônibus instalados no Brasil, a metade perdeu fatia de mercado no primeiro semestre (Mercedes, Agrale e Scania, nesta ordem), enquanto outros três ganharam participação (MAN/VW, Iveco e Volvo). Em termos de desempenho porcentual, só duas marcas (Agrale e Scania) tiveram quedas nas vendas na comparação com os primeiros seis meses do ano passado.
Movimentação na parte de baixo
A gaúcha Agrale, tradicional fornecedora de chassis para ônibus urbanos pequenos e médios, ainda manteve sua terceira colocação no ranking do segmento no primeiro semestre. Contudo, também está perdendo mercado: seu share declinou 3,6 pontos, de 17,2% para 13,6%, e suas vendas caíram 2,5% no período. O resultado mostra que a marca também cede terreno para produtos concorrentes da MAN e Iveco.
Entre os três fabricantes que dividem apenas 10% do mercado brasileiro de chassis de ônibus, a melhor performance do período foi a da Iveco, que com apenas um modelo disponível (o micro-ônibus CityClass), subiu do sexto para o quarto lugar no ranking do segmento. O crescimento nas vendas foi de 221% na comparação semestre contra semestre. A marca ganhou 2,7 pontos de share, de 1,6% para 4,3%. O bom desempenho pode ser explicado em parte pela conquista de negócios em licitações de públicas de veículos escolares.
A quinta colocada Scania, mais focada no segmento de ônibus rodoviários, enfrentou mercado fraco e teve desempenho negativo, com queda de 14,2% nas vendas do semestre e perda de participação de 1,3 ponto, descendo de 4,4% para 3,1%.
Embora permaneça na última colocação do ranking de chassis de ônibus, a Volvo teve bom desempenho com o fornecimento de veículos urbanos de grande porte, sua especialidade. As vendas cresceram expressivos 42%, mas os volumes são baixos (316 unidades vendidas no semestre passado). Ainda assim, a Volvo obteve pequeno ganho de mercado, de 0,26 ponto, passando a quase 2% de share.
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