sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Ônibus antigos despertam paixão coletiva em evento em Itaúna

Primeiro Encontro da Confraria do Ônibus reúne 12 ônibus e seis caminhões antigos no centro-oeste de Minas Gerais. Veículos como uma jardineira Chevrolet 1948 e aprovação do público demonstram potencial para edições futuras


Bruno Freitas/EM/D.A Press
Pela primeira vez um encontro antigomobilista com foco em ônibus foi realizado em Minas Gerais e a repercussão demonstrou paixões inusitadas pelo transporte de massa – com a perspectiva de edições futuras. Itaúna, a 85 quilômetros de Belo Horizonte, na região centro-oeste do estado, recebeu no último sábado (25) o Primeiro Encontro da Confraria do Ônibus, evento organizado por um grupo de entusiastas nascido no aplicativo de conversa WhatsApp que reuniu um acervo de 12 ônibus pioneiros que marcaram as estradas brasileiras.

Os ônibus expostos causaram comoção especial pela história que carregam, a conservação e a originalidade. Centenas de pessoas de Itaúna, Belo Horizonte, região metropolitana e cidades próximas compareceram ao Espaço Cultural, local de exposição, para rever os veículos que fizeram parte de suas vidas ou, no caso dos mais novos, conhecê-los de perto.

Bruno Freitas/EM/D.A Press
O destaque foi o fabricante de carrocerias carioca Ciferal, hoje extinto e de propriedade da gaúcha Marcopolo, representado por seis diferentes coletivos fabricados entre as décadas de 1960 e 1970. Durante este período, os ônibus Ciferal eram os preferidos dos frotistas, graças à durabilidade e fácil manutenção proporcionados pelas carrocerias de duralumínio e fácil revenda. Ainda hoje são comuns no interior de Minas Gerais, com alguns trabalhando – como uma unidade ano 1975 exposta (veja lista abaixo). Encontrar um Ciferal em bom estado de conservação como os expostos, por outro lado, é quase um achado.
 
Veículo mais antigo do encontro, o Chevrolet “Boca de Sapo” 1948 também atraiu grande curiosidade. A jardineira, como eram chamados os ônibus da época, foi um dos veículos pioneiros da linha Contagem x Belo Horizonte, transportando trabalhadores durante a construção das primeiras fábricas da Cidade Industrial.

Bruno Freitas/EM/D.A Press

Também participaram do encontro representantes de diversas marcas de carrocerias e chassis para ônibus e outros seis caminhões antigos de dois acervos de colecionadores locais. 

O encontro teve o apoio da concessionária Mercedes-Benz Minasmáquinas, que ofereceu um almoço aos proprietários de ônibus antigos e entusiastas. Logo em seguida foi entregue um postal comemorativo do evento aos convidados. Formada por diferentes entusiastas, a organização recebeu convites para realizar uma próxima edição do evento em outras cidades em Minas Gerais. Diante de boa repercussão do primeiro encontro, a ideia será avaliada para 2016.

Conheça alguns dos ônibus expostos no Primeiro Encontro da Confraria do Ônibus:

Jardineira Chevrolet “Boca de Sapo” 1948
Veículo pioneiro da linha Contagem x Belo Horizonte, transportando trabalhadores durante a construção das primeiras fábricas da Cidade Industrial.

Ciferal Mercedes-Benz 1964 ex-1001
Mantém as cores originais e um letreiro luminoso na traseira da empresa fluminense. Pertence a um mesmo proprietário desde 1978, sendo usado hoje em passeios.

Ciferal Mercedes-Benz 1966 da Rouxinol
Totalmente original e com placa preta, chama a atenção pela aparência impecável. Foi reconstruído por completo durante três anos.

Bruno Freitas/EM/D.A Press

Ciferal Mercedes-Benz 1974 da Teixeira
Trabalhou até recentemente em uma empresa de São Domingos do Prata, na região leste do estado. Hoje integra acervo de uma empresa de ônibus.

Ciferal Mercedes-Benz 1974
Ônibus restaurado pelo proprietário em memória do pai, que tinha uma empresa de ônibus. Possui interior de ônibus moderno, com geladeira e ar-condicionado, com a finalidade de passear.

Ciferal Mercedes-Benz LP 1975 da Freitas
Único pesado exposto que é utilizado por uma empresa até os dias atuais, na linha distrital Maravilhas x Catita, na região centro-oeste. A razão é a robustez.

Bruno Freitas/EM/D.A Press
 
Ciferal Scania 1974 ex-Transoto
A exemplo do veículo que pertenceu à 1001, guarda a logomarca da antiga empresa (já extinta, porém famosa na capital). Vem sendo reformado aos poucos pelo proprietário.

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Mercedes-Benz monobloco O-355 1978
Recentemente arrematado de um leilão do Serviço Social do Comércio (Sesc), possui baixíssima quilometragem no hodômetro: cerca de 57 mil quilômetros.

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Caio Amélia Mercedes-Benz LPO-1113
A pintura prata, bege e vermelho, remete às diferentes cores utilizadas pelas empresas antes da padronização do sistema Probus, em 1982.

Busscar Urbanus Volvo B-58 1994
Remanescente dos “vermelhões”, como ainda são conhecidos os ônibus metropolitanos, também marca a popularidade da sueca Volvo nos anos 1990 na RMBH.

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