A Volvo projeta expansão das vendas de ônibus com sistema equipados com seu sistema de gerenciamento de frota no Brasil. Sem detalhar números, a companhia aposta que o aumento do uso desse tipo de tecnologia é esperado como parte do processo de profissionalização dos frotistas e empresas do segmento. “Antes as companhias de transporte precisavam apenas ter os veículos para garantir clientes e ter rentabilidade, hoje é necessário investir em eficiência”, analisa Jefferson Cunha, gerente da área de ônibus rodoviários.
Segundo ele, a busca por redução de custos e aumento da produtividade passa necessariamente pela implementação de sistemas de gestão e monitoramento dos veículos. A solução oferecida pela Volvo chegou ao mercado brasileiro em 2012, quando foi lançada a linha de veículos com tecnologia para atender ao Proconve P7, legislação de emissões equivalente à Euro 5.
Por meio de 40 sensores e um modem instalado no chassi o sistema é capaz de mostrar dados como consumo de combustível, quilômetros rodados, número de horas que o veículo está em operação, velocidade, rotações por minuto do motor, quantidade de vezes que o motorista pisou no freio, entre outros dados. As informações são mostradas em relatório on-line que pode ser acessado de um computador conectado à internet.
O pacote vem de série em qualquer ônibus da Volvo. Cabe ao cliente, no entanto, decidir ativá-lo ou não para fazer o gerenciamento da frota. “Muitas empresas de transporte têm veículos de diversas marcas e optam por investir em seu próprio sistema”, explica Vinicíus Gaensly, responsável pela área de telemática da Volvo Bus Latin America. Para ter acesso ao monitoramento oferecido pela montadora o cliente precisa pagar assinatura mensal. Os preços variam de R$ 40 a R$ 140 reais por veículo, dependendo da complexidade do relatório ao qual o cliente deseja ter acesso.
Atualmente 40% dos chassis vendidos pela marca têm o sistema ativado. A companhia evita cravar um número, mas admite que a expectativa é de que este porcentual cresça de forma consistente nos próximos anos. As possibilidades, segundo a Volvo, estão tanto no segmento de ônibus urbanos quanto entre os modelos rodoviários.
RESULTADOS
Com os dados do sistema em mãos, o frotista pode desenvolver treinamentos para corrigir eventuais falhas dos motoristas e buscar mais eficiência na operação. Foi isso o que fez a Expresso Nordeste, empresa paranaense que atua no transporte rodoviário. A companhia tem frota de cerca de 300 ônibus. Deste total, 24 são da linha euro 5 da Volvo, que oferecem a possibilidade de ativar a tecnologia de gerenciamento.
A assinatura do programa para estes veículos trouxe ganhos expressivos. Em três meses a empresa alcançou redução de consumo de combustível média de 8,5%. A diminuição de custos é garantida ainda pelo alerta de manutenção de componentes. O frotista sempre é informado, por exemplo, quando é necessário substituir as pastilhas de freio. A Volvo aponta que, ao usar as informações para orientar os motoristas sobre como dirigir de forma mais segura e econômica, seus clientes tiveram redução de 30% no número de acidentes.
FOCO NA AMÉRICA LATINA
O sistema de telemetria da Volvo está atualmente em 3,5 mil ônibus no mundo. Cerca de 40% do volume ficam na América Latina. A Colômbia é responsável pela maior parte, com 600 veículos. O Brasil concentra a segunda maior frota conectada da marca na região, com 500 unidades.
Com um mercado tão grande para o sistema, é natural que a fabricante priorize algumas necessidades locais no processo de desenvolvimento dos dispositivos de telemetria. “Cerca de 90% do sistema usado aqui têm configuração global. A outra parte atende demandas locais. Sempre que detectamos alguma necessidade dos nossos clientes, passamos para a matriz, que coloca na fila de desenvolvimento”, explica Gaensly.