quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Marcopolo Rio aposenta marca Ciferal


Divisão com fábrica no Rio de Janeiro continuará focada na produção em ônibus urbano


Novo Torino marca estratégia da Marcopolo em dividir operações para atender mercados urbano e rodoviário
Marcopolo consolida a estratégia de organizar sua estrutura industrial no Brasil concluindo a transição da unidade de negócio Marcopolo Ciferal para Marcopolo Rio, dedicada exclusivamente ao segmento de carrocerias urbanas. A empresa com sede em Caxias do Sul (RS) vai concentrar a produção de modelos urbanos no espaço herdado da Ciferal, encarroçadora com fábrica em Xerém, no município de Duque de Caxias (RJ), que adquiriu em 1999. A unidade gaúcha focará nos rodoviários.

“A marca Ciferal não será extinta, mas ficará adormecida. A nomenclatura Marcopolo Ciferal criava certo ‘ruído’ entre os clientes, principalmente para aqueles dos mercados de exportação. O nome Marcopolo é mais forte, o que nos possibilita trazer mais negócios externos para o segmento de urbanos ”, explica o diretor de operações, Paulo Corso. Ele argumenta que a Ciferal não acompanhou a evolução dos produtos: “Hoje, as inovações chegam muito mais rápido do que no passado e a Ciferal não se adequou, seus produtos não cabiam nas inovações. A marca era capaz de lançar novidades mais econômicas, com produção mais rápida, o que foi um impacto para a indústria nacional de ônibus. Entretanto, hoje, é difícil impactar: não se consegue inovar com custo baixo, tem de ter um modelo muito versátil para produzir com competitividade”.

Para sustentar seu plano focado no atendimento exclusivo para cada segmento, a Marcopolo aplicará R$ 55 milhões entre 2013 e 2015 na linha de montagem do Rio de Janeiro, dos quais R$ 20 milhões foram investidos só neste ano em modernização e adaptação da unidade para produzir toda a linha de carrocerias urbanas da marca. “Futuramente, também migrará para o Rio a linha de produção dos BRTs, que temporariamente continua em Caxias do Sul”, informa o diretor de negócio ônibus, Paulo Andrade.

Com o aporte, a empresa quer aumentar a capacidade produtiva dos atuais 25 ônibus por dia para 35/dia. Andrade explica que a demanda é quem dita o ritmo da produção, que este ano oscilou entre 11 e 28 unidades/dia. Atualmente, a capacidade instalada é de 40 unidades diárias.

NOVO TORINO

Para marcar a transição, a Marcopolo realiza o lançamento do novo Torino, tradicional modelo da marca para o segmento urbano, no mercado há 30 anos e um dos mais vendidos no País. Com início da produção previsto para março de 2014 na unidade fluminense, a nova carroceria ainda conviverá com a versão anterior por tempo indeterminado, prevê o diretor comercial, Paulo Corso: “Vamos manter o Torino atual porque todos os projetos homologados que temos hoje estão baseados nele. Quando o novo Torino atender todos esses projetos, poderemos retirar o anterior de linha. Mas acredito que ainda ficará no mercado por um bom tempo”, afirma.

Resultado de dois anos de desenvolvimento e um investimento de R$ 40 milhões, o novo Torino foi concebido a partir de pesquisa em campo em operações reais de transporte público. O modelo está pouco mais largo que o anterior, 4 centímetros a mais de espaço interno garantem maior inclinação do encosto do banco do cobrador, melhorando sua ergonomia, além de alargar os corredores para melhor circulação de passageiros. Soluções completam o interior como ventiladores individuais para cobrador e motorista, novo modelo de catraca que evita impacto com o cobrador e novas poltronas. Externamente, melhorias como espelho retrovisor externo embutido na carroceria, nova iluminação externa em LED e farol de neblina opcional dão características mais modernas ao modelo. A estrutura de para-choque está mais reforçada, agora com três camadas em plástico automotivo (de engenharia), o que deixa o veículo mais leve, cerca de 5%, resistente e facilita a manutenção. 

Com o novo modelo, o objetivo da Marcopolo é manter a participação no segmento urbano, hoje entre 32% e 36%: “Queremos manter o modelo como um ícone do transporte brasileiro urbano, e talvez aumentar um pouco nosso share”, comenta Corso. O executivo revela que neste ano o segmento deve apresentar pequena queda com relação ao ano passado, algo como 5%, devido ao atraso de obras principalmente nos corredores dedicados aos BRTs. No total, a Marcopolo deve encerrar 2013 com até 13 mil unidades produzidas no Brasil, das quais 11,2 mil serão para o mercado interno: a unidade de Caxias deve ser responsável pela maioria, com 7,3 mil unidades.

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