segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Caio avalia construção de nova fábrica no Brasil


Plano estratégico inclui aquisição da Busscar

Vista aérea da fábrica da Caio em Botucatu (SP) que deve atingir o limite da capacidade no fim deste ano.


A encarroçadora de ônibus Caio Induscar dará início ao seu planejamento estratégico no Brasil para os próximos cinco anos e um dos principais assuntos que deve aparecer na pauta da empresa é a avaliação da construção de uma nova fábrica no Brasil. A informação é do diretor industrial Maurício da Cunha, que gerencia as operações da única fábrica da empresa no País, localizada em Botucatu, no interior paulista.
Contudo, Cunha afirma que o planejamento de uma nova planta dependerá do patamar que o mercado alcançar em 2013. “Não podemos considerar este ano pela fraqueza do mercado, devido à antecipação de compras de 2011 e com a entrada de uma nova tecnologia para atender o Proconve P7. Mas os negócios no setor devem retomar o fôlego neste último trimestre e vamos avaliar o que vai acontecer em 2013: pode ser que o governo sinalize algo como em manter os juros baixos para o Finame PSI, então temos que esperar para analisar o desempenho do setor”, explicou.
A necessidade de uma nova planta é iminente. A unidade de Botucatu deve alcançar em 2013 o limite de sua capacidade, de 12 mil unidades por ano, informa o executivo. Nos últimos três anos, a Caio investiu R$ 50 milhões para ampliar sua capacidade produtiva em 50%, de 25 para 38 carrocerias por dia. Hoje, a produção diária está nas 36 unidades. “Devemos atingir nosso limite entre o fim deste ano o e início de 2013.”
Outro fator que deve influenciar a decisão por uma nova fábrica é o mix de produtos. O volume de 12 mil unidades por ano considera apenas veículo padrão, ou seja, carrocerias simples. Isso significa que o volume anual pode variar por causa da capacidade limitada. No volume diário, das 36 unidades produzidas, 5 são rodoviários. Hoje, apesar de 60% de a produção anual ser do modelo Apache Vip, urbano que foi reestilizado para manter sua atratividade no mercado, a empresa estima que a entrada para o segmento de BRT, para o qual a empresa investiu R$ 15 milhões no desenvolvimento da linha. O novo produto deve alterar significativamente os volumes de produção no próximo ano, por ser um produto que tem necessidades mais complexas quando comparado a um veículo urbano comum.
“Encerraremos este ano com a entrega de 300 unidades de carrocerias para veículos BRT e em 2013 estimamos que a produção chegue a 500 unidades”, informa. Ele acrescenta que os BRTs devem representar 6% da produção no próximo ano.

BUSSCAR

Uma solução para a Caio pode ser o interesse que ela manifestou pela massa falida da Busscar, cuja falência foi decretada no fim do mês passado.

“Hoje, nossos planos de crescimento de volume de produção e maior participação no setor rodoviário passa exatamente por essa possibilidade de negócio: a compra do parque fabril, das instalações e o aproveitamento da mão de obra qualificada da Busscar. Teremos outras saídas, se eventualmente o negócio não der certo, porque dependerá dos planos dos proprietários. Mas a Busscar tem uma estrutura boa, algumas coisas obviamente deverão ser modernizadas e há a necessidade de investimentos. Eles têm um histórico positivo e expertise de profissionais. Assim como em outros setores, nosso gargalo hoje é de mão de obra qualificada para ônibus, tanto é que boa parte dos trabalhadores da Busscar foi absorvida pelas montadoras e outras encarroçadora.”


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