terça-feira, 5 de junho de 2012

Busscar- Crise


Credores e Busscar intensificam as negociações para remarcar assembleia


Após a suspensão da assembleia de credores, no dia 22, a Busscar corre contra o tempo para ajustar as propostas do plano de recuperação com os credores. Nesta quinta, no período da tarde, o advogado dos ex-sócios, Dicler de Assunção, reúne-se com a Deloitte, responsável pela elaboração do documento, para encontrar uma solução para os conflitos de interesses constatados até agora.
Assunção foi convidado pela empresa e diz não saber o que será apresentado nesta tarde.


















— É preferível deixar de imaginar o que pode ser feito e trabalhar com algo realmente concreto —, argumenta. 
Para ele, esta é uma oportunidade de discutir de forma rápida uma proposta que seja satisfatória para os interesses dos credores.
A necessidade de chamar o representante dos ex-sócios, Valdir Nielson e Randolfo Raiter, tios do atual gestor, Claudio Nielson, é o impacto que o voto deles causa na aprovação do plano. Eles são responsáveis por mais da metade do total da dívida dos credores quirografários e podem decidir sozinhos a posição desta classe.
O Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região não teve mais contato com a Busscar desde a semana passada. 
— Dicler está encabeçando uma possível nova proposta. Estamos aguardando o resultado destas reuniões para nos manifestar —, diz o presidente do sindicato, Evangelista dos Santos.
Paralelamente a estas discussões, o presidente da entidade pretende conversar com o BNDES para entender qual é a intenção do órgão em relação à Busscar e colocar na mesa a posição e a situação dos trabalhadores diante do processo de recuperação.
Esta nova rodada de negociações com credores é uma determinação do juiz Maurício Povoas, que suspendeu a assembleia por entender que ainda não foram esgotadas todas as possibilidades.
— As conversas sinalizam que empresa e credores estão dispostos a encontrar uma solução. Isso é positivo —afirma o administrador judicial Rainoldo Uessler, que acompanha as reuniões de longe e não deve interferir nas negociações. 
Ele aguarda o término dos diálogos para marcar uma nova data e local para a assembleia. O prazo estipulado pelo juiz Povoas foi de no máximo 60 dias a partir do dia 22.
— Por enquanto, não recebemos propostas viáveis. A Deloitte comanda as negociações para tentar adaptar possíveis mudanças à realidade da empresa —, argumenta Euclides Ribeiro, advogado da recuperação judicial da Busscar. 
Se as reuniões não trouxerem novidades, a assembleia será com as propostas já apresentadas.
A partir desta quinta, o plano de recuperação e a ata da primeira parte da assembleia estarão disponíveis na sala da OAB, no Fórum.



Assembléia que poderia resultar na falência foi suspensa. Em até 60 dias, novo encontro deve ser marcado. Grupo chinês está entre os investidores


ADAMO BAZANI – CBN
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Diante da posição de três grupos: um chinês, um do setor de ônibus e outro de credores, a Justiça de Joinville, em Santa Catarina, vai analisar propostas para aquisição da encarroçadora Busscar, que em crise desde 2008, acumula dívidas na ordem de R$ 1,3 bilhão – entre impostos e débitos com credores - e vai para o 26º mês sem pagar salários de cerca de 5 mil trabalhadores, entre os vinculados ou os que já saíram da empresa mas que têm créditos a receber.
Por conta disso e da possibilidade da decretação da falência da companhia, que já foi uma das principais do segmento, o juiz Maurício Póvoas, suspendeu a Assembleia Geral dos Credores que teve início na terça-feira, dia 22 de maio de 2012.
A Assembleia iria decidir sobre a aceitação ou não do Plano de Recuperação Judicial apresentado pela Busscar.
Se as votações resultassem em rejeição ao Plano, a falência da empresa seria decretada. E os indicativos eram de que as propostas elaboradas pela encarroçadora não teriam aprovação por parte dos credores, entre bancos (privados e o BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), trabalhadores e fornecedores.
O Sindicato dos Mecânicos de Joinville, que representa os trabalhadores, já havia declarado publicamente que não era favorável ao Plano.
Outros credores, como o Banco Santander, o BNDES e ex acionistas, que têm ligação com a família Nielson, também indicavam que rejeitariam as propostas da empresa.
A Busscar teve em outubro do ano passado a oportunidade de apresentar um Plano para se recuperar.
No entanto, os descontos sobre os débitos, que variam entre 5% e 95%, dependendo do tipo do credor, as carências e as estimativas de produção não agradaram a boa parte das pessoas e empresas que têm a receber da encarroçadora,. A companhia já destacou na história com modelos de ônibus como o Diplomata, ainda na época que se chamava Nielson, nome da família fundadora e controladora da empresa.
A Busscar previa produzir 1,8 mil carrocerias este ano, recebendo R$ 335,6 milhões. Para atingir parte desta meta, contaria com um plano do BNDES de financiamento a exportações de ônibus para a Guatemala, que ainda não saiu do papel e responderia por R$ 120 milhões do faturamento previsto.
Mas até agora, em maio, a empresa fez pouco mais de 100 unidades de carrocerias de ônibus.
cred busscar_2Com a decisão do juiz, a Busscar mais uma vez se livra da falência.
Em entrevista ao Blog Ponto de Ônibus, na tarde desta quinta-feira, dia 24 de maio, o presidente do Sindicato dos Mecânicos de Joinville, Evangelista dos Santos, disse que, apesar da ansiedade dos trabalhadores em logo definir a questão, a entrada de novos investidores pode ser uma alternativa interessante para a categoria e outros credores.
“Nunca desejamos a falência da Busscar. Se fosse assim, poderíamos em assembléia no mês de junho de 2010 ter votado por isso. Queremos dois pontos: que os trabalhadores sejam pagos, mas que também sejam mantidos os empregos. Tudo de forma concomitante. Não adianta continuar no emprego sem receber as dívidas que são de direito e nem receber as dívidas e não ter oportunidade no mercado de trabalho. Vamos analisar as propostas agora dos investidores quando for convocada a assembléia. Um plano de recuperação é, de acordo com a lei, para recuperar a empresa e garantir o pagamento dos credores e o Plano da Busscar não possibilitaria isso em nossa visão” – disse o presidente da entidade em entrevista ao jornalista Adamo Bazani.
Os credores têm 30 dias para apresentarem novas propostas e o juiz em até dois meses deve convocar outra assembléia.
Não está descartada a possibilidade de união de credores para investirem na Busscar, que agora pode ter o capital aberto por determinação judicial.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

FOTO 1:
Ônibus da Busscar. Empresa que já foi uma das principais do País no setor de carrocerias acumula dívidas de R$ 1,3 bilhão e 26 meses de salários sem pagamento. Plano de Recuperação tinha risco de ser rejeitado e a falência decretada. Juiz suspendeu assembléia que iria decidir o caso da companhia. Investidores nacionais e um grupo chinês se mostraram interessados na encarroçadora.
FOTO 2:
Trabalhadores da Busscar, vinculados e desligados, mas que têm a receber da empresa, lotaram centro de convenções em assembleia que poderia decidir rumos da encarroçadora. Sindicatos dos Mecânicos diz que falência não é a melhor das alternativas, mas o Plano de Recuperação apresentado pela empresa não garantiria um pagamento justo aos trabalhadores e até mesmo demais credores.



SINDICATO INFORMA: ASSEMBLEIA DE CREDORES DA BUSSCAR NÃO SERÁ NESTA TERÇA, 29

Publicado por Administrador 28 maio, 2012Imprimir
Mesmo com toda a divulgação via imprensa – rádios, jornais, televisão, internet – ainda há pessoas desinformadas sobre o caso Busscar e a assembleia geral dos credores. Diante da falta de acompanhamento de um processo tão importante para as vidas de milhares de trabalhadores, o Sindicato dos Mecânicos informa que a segunda convocação da assembleia geral dos credores, que estava prevista para esta terça-feira, dia 29 de maio, não acontecerá simplesmente porque a primeira convocação já ocorreu, obtendo o quórum (número) necessário para instalar a assembleia, que acabou suspensa pelo juiz Maurício Póvoas por no máximo 60 dias, quando deverá ser reiniciada para a votação de um novo plano que será discutido entre os grandes credores e trabalhadores.
O Sindicato apela mais uma vez a todos os trabalhadores da Busscar para que se mantenham informados sobre o processo aqui neste site, órgão oficial de comunicação da entidade para com os trabalhadores da categoria. E para que leiam atentamente todas as notícias, com calma, anotando em suas agendas as datas, observando os prazos, prestando bastante atenção nos posicionamentos gerais na imprensa, mas se certificando do que é melhor para os trabalhadores aqui no site oficial dos mecânicos. Portanto não haverá nenhuma assembleia geral dos credores da Busscar nesta terça-feira, dia 29 de maio. A nova data será marcada pelo juiz Maurício Póvoas nos próximos dias, e será comunicada oficialmente aqui no site.
E mais um aviso: os crachás que foram entregues na assembleia geral do dia 22 de maio passado devem ser guardados, pois será com eles que a identificação dos credores, trabalhadores, será feita. Nesta continuação da assembleia, não haverá novos credenciamentos. Quem se credenciou na primeira, guarde os crachás pois serão utilizados novamente. E quem não se credenciou na primeira convocação da assembleia, não terá mais como se credenciar, segundo o administrador judicial, Rainoldo Uessler.

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