quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Produtos Busscar começam a mostrar a cara novamente

Enquanto não retoma a produção nos níveis semelhantes aos anteriores da crise, encarroçadora de Joinville faz veículos especiais, como um ônibus de dois andares para a família real da Arábia Saudita e o ônibus do Globo Esporte





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A Busscar, encarroçadora de ônibus de Joinville, em Santa Catarina, fundada em 17 de setembro de 1946, por Augusto Bruno Nielson e Eugênio Nielson, enfrenta a pior crise de sua história.
A empresa que apresentou um plano de recuperação por determinação da Justiça para não ter a falência decretada, acumula dívidas de cerca de R$ 700 milhões e está sem pagar os salários dos funcionários há 22 meses, além de direitos, como o décimo terceiro.
A companhia, em crise desde 2008, tentar retornar a produção. Para isso, conseguiu na Justiça a liberação da venda de uma fazenda de propriedade da empresa no valor de R$ 7 milhões. Com o dinheiro, a Busscar alega que conseguiria produzir 39 ônibus que já foram encomendados, pagando a matéria-prima, a mão de obra e ao demais insumos e estrutura para o início da fabricação.
A liberação foi polêmica já que a Fazenda Itinga, em São Francisco do Sul, no Litoral Norte de Santa Catarina, era garantia judicial para pagamento de parte da dívida que a empresa tem com os trabalhadores.
No plano de recuperação, que ainda será apreciado pela Justiça, Ministério Público e credores, as dívidas têm descontos entre 7% e 95% e prevê a produção para este ano de 1 mil 800 carrocerias com faturamento de R$ 335,6 milhões, menos da metade das dívidas da empresa.
Enquanto não retoma a produção aos mesmos níveis anteriores à crise de 2008 e não recebe um parecer definitivo dos credores e justiça sobre seu plano, a Busscar tem fabricado poucas unidades e veículos especiais.
O mais recente é o Ônibus do Globo Esporte, de São Paulo, que foi apresentado oficialmente ao público neste sábado, dia 21 de janeiro de 2012.
O ônibus é do tipo micrão rodoviário, cujo tamanho fica entre o micro e o ônibus convencional. É uma unidade do modelo Miduss que começou a ser feito um ano atrás, em janeiro de 2011.
O objetivo do programa é levar o apresentador e editor, Tiago Leifeirt, bem como sua equipe, para diversos lugares do Estado de São Paulo.
O ônibus, apesar de não ser muito grande, é dividido em partes. Há um estúdio para apresentação do programa, que conta com telas de plasma, sofás, console para jogo de vídeo-game, três câmeras, iluminação e outros itens que o equiparam a um estúdio de TV fixo.
A iluminação é em LED é há um telão voltado para o lado externo para o público assistir ao programa, com direito a áudio em stéreo.
Ar condicionado e até elevador para cadeira de rodas fazem parte do veículo.
O ônibus também possui uma redação para apuração de notícias e elaboração de textos,com computadores e acesso a internet, além de monitores de TV, e um camarim para preparar o apresentador, os repórteres e receber os convidados.
A idéia partiu da produtora Karina Falsoni.
A adaptação do ônibus começou pela própria Busscar e foi depois realizada por uma oficina do Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo, que presta serviços de recuperação e customização de veículos para o quadro Lata Velha, de Luciano Huck, também da Rede Globo.
Foram 8 meses de estudos e trabalhos até os primeiros testes já que além de ser bonito e estilizado, o ônibus deveria ser funcional: capaz de chamar a atenção, fazer longas viagens se necessário e abrigar toda estrutura para gravação e transmissão ao vivo.

ÔNIBUS REAL:

Além do ônibus do Globo Esporte, a Busscar se recorda de outro veículo especial.
Jorci Silva, coordenador de vendas e marketing da Busscar, lembra com orgulho de um ônibus double decker, de dois andares, modelo Panarâmico DD, entregue a realeza árabe.
Ao jornal Agora São Paulo, Caderno Máquina, deste sábado dia 21 de janeiro de 2012, contou ao repórter Victor Amaro que o ônibus custou mais de R$ 2 milhões e tinha detalhes em ouro
“Já vendemos um Panorâmico DD avaliado em mais de R$ 2 milhões. Foi para um membro da família real da Arábia Saudita, que enviou detalhes de acabamento em ouro maciço”.
Tanto o ônibus da família real saudita como o mais recente veículo do Globo Esporte são sinais de que a Busscar possui qualidade e mesmo praticamente estagnada sua marca ainda é forte.
Por isso que neste momento delicado que a empresa enfrenta, toda a transparência e competência são essenciais. Cinco mil famílias agradecem, a imagem da indústria nacional agradece assim como os milhares de admiradores da marca, entre fãs, investidores e frotistas.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

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