Mais um passo para a recuperação
Sindicato dos Mecânicos quer mais explicações sobre o plano de recuperação da Busscar
Diretoria do sindicato se reunirá na manhã da próxima segunda-feira para avaliar a reunião de sexta-feira
Ocorreu nesta sexta-feira a primeira reunião entre as diretorias da Busscar e do Sindicato dos Mecânicos de Joinville e Região depois da divulgação do plano de recuperação, no início do mês. A diretoria do sindicato se reunirá na manhã da próxima segunda-feira para avaliar a discussão desta sexta.
- Precisamos compreender cada ponto apresentado no plano. Seremos questionados pelos trabalhadores e é fundamental que estejamos inteirados dos detalhes para avançar na discussão - explica Luiza de Bastiani, advogada do sindicato.
Após a reunião da próxima segunda, o sindicato pretende convocar os trabalhadores para apresentar e explicar as propostas do plano. O advogado da Busscar, Euclides Ribeiro, afirma que foi delicado desenvolver a parte do plano que contempla os funcionários.
- Não tivemos sugestões por parte do sindicato e a saída que encontramos foi conversar diretamente com os funcionários ativos da Busscar e alguns trabalhadores que não estão mais ligados à empresa e aceitaram colaborar.
Luiza garante que o sindicato vai apresentar uma contraproposta assim que todos os dados do plano forem esclarecidos. Enquanto isso, a Busscar informou que se a entidade não marcar nenhum encontro com os trabalhadores nos próximos 15 dias, entrará em contato com os funcionários para tentar agilizar o processo de negociação que antecede a assembleia geral, prevista para a primeira semana de abril.
- Infelizmente, acredito que a reunião retrocedeu o processo. Não houve entendimento e nem temos expectativa disso - diz João Bruggmann, presidente do sindicato.
Um dos pontos defendidos pela entidade é a mudança na gestão e na administração da Busscar.
- Precisamos sentir confiança na administração para fazer qualquer negociação. Se essas alterações não estão cogitadas, também não fazemos questão de negociar descontos. Queremos 100% do pagamento neste caso - afirma Bruggmann.
- Precisamos compreender cada ponto apresentado no plano. Seremos questionados pelos trabalhadores e é fundamental que estejamos inteirados dos detalhes para avançar na discussão - explica Luiza de Bastiani, advogada do sindicato.
Após a reunião da próxima segunda, o sindicato pretende convocar os trabalhadores para apresentar e explicar as propostas do plano. O advogado da Busscar, Euclides Ribeiro, afirma que foi delicado desenvolver a parte do plano que contempla os funcionários.
- Não tivemos sugestões por parte do sindicato e a saída que encontramos foi conversar diretamente com os funcionários ativos da Busscar e alguns trabalhadores que não estão mais ligados à empresa e aceitaram colaborar.
Luiza garante que o sindicato vai apresentar uma contraproposta assim que todos os dados do plano forem esclarecidos. Enquanto isso, a Busscar informou que se a entidade não marcar nenhum encontro com os trabalhadores nos próximos 15 dias, entrará em contato com os funcionários para tentar agilizar o processo de negociação que antecede a assembleia geral, prevista para a primeira semana de abril.
- Infelizmente, acredito que a reunião retrocedeu o processo. Não houve entendimento e nem temos expectativa disso - diz João Bruggmann, presidente do sindicato.
Um dos pontos defendidos pela entidade é a mudança na gestão e na administração da Busscar.
- Precisamos sentir confiança na administração para fazer qualquer negociação. Se essas alterações não estão cogitadas, também não fazemos questão de negociar descontos. Queremos 100% do pagamento neste caso - afirma Bruggmann.
BUSSCAR: SINDICATO ESTRANHA LIBERAÇÃO DE BENS SEM RECUPERAÇÃO APROVADA!
Publicado por Administrador 16 janeiro, 2012
Reunida hoje (16/1) a diretoria do Sindicato dos Mecânicos avaliou a decisão judicial que liberou o terreno da Busscar Ônibus, bem este que é um dos bens bloqueados , para garantia de pagamentos dos débitos trabalhistas com milhares de trabalhadores lesados pela empresa. Segundo o presidente João Bruggmann, a diretoria “estranha” a decisão de liberar o terreno para uma recuperação que sequer foi ainda avaliada, e mais, aprovada ou não pela assembleia geral.
“O que causa preocupação e apreensão entre os trabalhadores é que está se liberando um bem que estava bloqueado para garantir o pagamentos dos salários atrasados há 21 meses! E que essa liberação abre um precedente, e isso é estranho, antes mesmo que a pretensa proposta de recuperação judicial seja analisada, debatida e aprovada ou não pela assembleia geral de credores. Afinal a recuperação já está valendo então?”, afirma o presidente Bruggmann.
A diretoria também está atenta aos fatos porque a liberação ocorreu entre um juiz e outro sem que sequer o Sindicato, autor da ação que defende os trabalhadores, ter sido citado para se manifestar sobre o pedido feito pela empresa e seus advogados. “A rapidez na liberação também estranha porque os trabalhadores estão há quase dois anos sem receber um centavo, e não tem a mesma deferência. Outra situação que avaliamos é para onde vão esses recursos? Será que vão para pagar também os trabalhadores, ou só para pagar alguns privilegiados? Vai acabar com a farra das diárias, ilegais e imorais?”, questiona o presidente e sua diretoria.
Segundo Bruggmann, o Sindicato vai se reunir com os advogados da Busscar para esclarecer também o famoso plano de recuperação judicial, e os tais descontos lineares que são propostos para todos os trabalhadores em faixas salariais, e também o uso desses recursos arrecadados da venda deste terreno, onde e como serão aplicados.
“Reiteramos que não concordamos com essa proposta de plano de recuperação. E também não concordamos com a venda de bens bloqueados em garantia de pagamentos dos salários atrasados a milhares de trabalhadores. Entendemos que os bens devem ser mantidos até que tudo seja resolvido. A saída para a Busscar é a entrada de novos acionistas, com dinheiro, mudança da administração, de processos, reconquista da confiança. Retirar as garantias para os trabalhadores não é o caminho correto, leal e legal, e certamente não será a redenção da empresa. Estamos atentos, estamos agindo para proteger os trabalhadores”, finaliza o presidente João Bruggmann.
A diretoria do Sindicato e o departamento jurídico estão reunidos permanentemente para atender à situação da Busscar, alertando mais uma vez que ainda não há plano nenhum aprovado para que a recuperação aconteça, e que vai tomar as providências cabíveis para a defesa dos trabalhadores. Mais dúvidas dos trabalhadores devem ser tiradas na sede central do Sindicato, ou pelo fone 3027.1184, ou 3027.1183.
Entrevista: Bancos querem BNDES na Busscar
Alguns bancos credores da Busscar já sugeriram que o braço de investimentos do BNDES, o BNDESpar, entre com dinheiro e se torne sócio da fabricante de carrocerias diz o advogado Euclides Ribeiro S. Junior, que conduz o plano de recuperação judicial da companhia joinvilense. A empresa propõe pagar 5% (R$ 16,5 milhões) do total (R$ 330 milhões) que reivindicam os primos do presidente da companhia, Claudio Nielson. Eles saíram do negócio em 2003.
Perfil
Euclides Ribeiro S. Junior é advogado e atua em recuperação judicial de empresas desde 1995 – já atuou em 80 processos da área. Fixou escritório da ERS Consultoria em São Paulo em 2006 e deixou um escritório em Cuiabá para o sócio. Hoje, tem oito clientes. A Busscar é o mais importante e mais complexo. No tempo de lazer, gosta de jogar tênis.
Euclides Ribeiro S. Junior é advogado e atua em recuperação judicial de empresas desde 1995 – já atuou em 80 processos da área. Fixou escritório da ERS Consultoria em São Paulo em 2006 e deixou um escritório em Cuiabá para o sócio. Hoje, tem oito clientes. A Busscar é o mais importante e mais complexo. No tempo de lazer, gosta de jogar tênis.
Bancos
“Há negociações em andamento com os bancos. Os principais são Santander, Banco do Brasil, BIC, Pine, City e BNDES. Alguns bancos cogitaram a hipótese de o BNDES, via BNDESPar (braço de investimentos) vir à mesa de negociações e entrar como sócio da Busscar. Mas não há nada de concreto.”
“Há negociações em andamento com os bancos. Os principais são Santander, Banco do Brasil, BIC, Pine, City e BNDES. Alguns bancos cogitaram a hipótese de o BNDES, via BNDESPar (braço de investimentos) vir à mesa de negociações e entrar como sócio da Busscar. Mas não há nada de concreto.”
Racionalidade
“As negociações têm de obedecer a critérios racionais, a nos levar a tomar as melhores decisões no interesse de todos os envolvidos. Se não, entraríamos no cenário do perde-perde. Se todos os credores quiserem receber integralmente, não vai dar certo.”
“As negociações têm de obedecer a critérios racionais, a nos levar a tomar as melhores decisões no interesse de todos os envolvidos. Se não, entraríamos no cenário do perde-perde. Se todos os credores quiserem receber integralmente, não vai dar certo.”
Processo
“O processo de recuperação pode demorar. Tínhamos de entregar o plano até 5 de janeiro deste ano. Entregamos dia 30 de dezembro de 2011. Agora, o administrador judicial pediu mais 30 dias para entregar a lista completa de credores. Isto deve acontecer no dia 19 de fevereiro. E aí, até 19 de março, os credores devem analisar.”
“O processo de recuperação pode demorar. Tínhamos de entregar o plano até 5 de janeiro deste ano. Entregamos dia 30 de dezembro de 2011. Agora, o administrador judicial pediu mais 30 dias para entregar a lista completa de credores. Isto deve acontecer no dia 19 de fevereiro. E aí, até 19 de março, os credores devem analisar.”
Três meses
“A empresa é um ente social, com repercussões sobre diferentes agentes. Uma das questões a superar é a divergência familiar. O primeiro rompimento foi em 2003. Agora, quero colocar fim a isto em três meses. Isto significa chegar a um acordo até a data da assembleia. Os ex-sócios, membros da família, reivindicam R$ 330 milhões. A questão se origina da cisão, há nove anos, e o valor só foi crescendo. Nós, agora, propomos desconto de 95% do total. Oferecemos R$ 16,5 milhões. Receberiam depois dos bancos. Eles ficaram de fazer contraproposta.”
“A empresa é um ente social, com repercussões sobre diferentes agentes. Uma das questões a superar é a divergência familiar. O primeiro rompimento foi em 2003. Agora, quero colocar fim a isto em três meses. Isto significa chegar a um acordo até a data da assembleia. Os ex-sócios, membros da família, reivindicam R$ 330 milhões. A questão se origina da cisão, há nove anos, e o valor só foi crescendo. Nós, agora, propomos desconto de 95% do total. Oferecemos R$ 16,5 milhões. Receberiam depois dos bancos. Eles ficaram de fazer contraproposta.”
Assembleia
“A assembleia de credores está marcada para o dia 9 de abril. Nesta ocasião, eles podem aprovar, rejeitar ou pedir modificações no texto. Estamos engatinhando. A homolo-gação do plano e o início de execução está prevista para 2 de maio, dando o pontapé inicial para negociarmos com capacidade de atender a todos. O sonho dos credores é que surja um grupo, um investidor que diga: vamos pagar todos os débitos, pagar tudo aos trabalhadores imediatamente e aos demais também. Isto é irreal em um momento de crise financeira.”
“A assembleia de credores está marcada para o dia 9 de abril. Nesta ocasião, eles podem aprovar, rejeitar ou pedir modificações no texto. Estamos engatinhando. A homolo-gação do plano e o início de execução está prevista para 2 de maio, dando o pontapé inicial para negociarmos com capacidade de atender a todos. O sonho dos credores é que surja um grupo, um investidor que diga: vamos pagar todos os débitos, pagar tudo aos trabalhadores imediatamente e aos demais também. Isto é irreal em um momento de crise financeira.”
Tecnofibras
“Há dois grupos empresariais (um espanhol e outro norte-americano) avaliando possibilidade de compra da Tecnofibras. A lei prevê a venda de empresa isolada em caso de recuperação judicial, Já fizeram auditorias, ‘due dilligence’ (conjunto de atos investigativos). Já entregamos toda a documentação. A empresa está avaliada em R$ 60 milhões, tem a confiança de clientes e não parou de trabalhar.”
“Há dois grupos empresariais (um espanhol e outro norte-americano) avaliando possibilidade de compra da Tecnofibras. A lei prevê a venda de empresa isolada em caso de recuperação judicial, Já fizeram auditorias, ‘due dilligence’ (conjunto de atos investigativos). Já entregamos toda a documentação. A empresa está avaliada em R$ 60 milhões, tem a confiança de clientes e não parou de trabalhar.”
Escritório
“Moro em hotel em Joinville. Gostei da cidade. Vim para trabalhar o processo de recuperação judicial da Busscar. E decidi que daqui a três meses vou abrir escritório no município.”
“Moro em hotel em Joinville. Gostei da cidade. Vim para trabalhar o processo de recuperação judicial da Busscar. E decidi que daqui a três meses vou abrir escritório no município.”
Secou
“Em 2008, o mercado enxugou US$ 20 trilhões de uma hora para outra. As fontes de financiamento secaram. Foi quando a Busscar tinha emprestado R$ 110 milhões de terceiros para produzir. E ficou sem capital de giro.”
“Em 2008, o mercado enxugou US$ 20 trilhões de uma hora para outra. As fontes de financiamento secaram. Foi quando a Busscar tinha emprestado R$ 110 milhões de terceiros para produzir. E ficou sem capital de giro.”
JUSTIÇA
“O juiz Póvoas entendeu muito bem a importância do interesse coletivo, ao autorizar a venda de um terreno (bem não operacional) por R$ 7 milhões. É dinheiro que será colocado na produção de ônibus.”
“O juiz Póvoas entendeu muito bem a importância do interesse coletivo, ao autorizar a venda de um terreno (bem não operacional) por R$ 7 milhões. É dinheiro que será colocado na produção de ônibus.”
ÔNIBUS
“A Busscar planeja produzir 1.818 ônibus neste ano. O número será progressivo. Atualmente, temos 14 pedidos. A capacidade máxima é de fabricar 28 ônibus por dia. Pelo planejamento, em maio teremos contratados 41 veículos. Em junho deverão ser 105, por exemplo.”
“A Busscar planeja produzir 1.818 ônibus neste ano. O número será progressivo. Atualmente, temos 14 pedidos. A capacidade máxima é de fabricar 28 ônibus por dia. Pelo planejamento, em maio teremos contratados 41 veículos. Em junho deverão ser 105, por exemplo.”
PROJEÇÃO
“A Busscar aponta projeção de conquista de fatias crescentes de mercado. Em 2012, deve ter 5% de participação. No ano que vem, pretendemos fabricar 2.657 carrocerias, com 8% de participação. A meta, em 2016, atingir a 13% do bolo do setor, produzindo 4.564 ônibus. No nosso horizonte, a virada vai acontecer nos dois primeiros anos.”
“A Busscar aponta projeção de conquista de fatias crescentes de mercado. Em 2012, deve ter 5% de participação. No ano que vem, pretendemos fabricar 2.657 carrocerias, com 8% de participação. A meta, em 2016, atingir a 13% do bolo do setor, produzindo 4.564 ônibus. No nosso horizonte, a virada vai acontecer nos dois primeiros anos.”
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