quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Volvo Bus - modelo popular


Expectativa é vender 860 chassis com motor frontal em 2011










Depois de 30 anos no mercado brasileiro a Volvo Bus decidiu se render e lançar um chassi de ônibus com motor frontal, mais barato. O modelo, batizado de B270F, chega com a missão de impulsionar a companhia na disputa por participação no mercado e permitir que a fabricante sueca enfrente as líderes Mercedes-Benz e Volkswagen. 

“Decidimos investir em um crescimento forte no Brasil. Queremos ser um dos dois principais fornecedores da região”, anunciou o presidente mundial da companhia, Häkan Karlsson, durante a apresentação do chassi nesta terça-feira, 5. A Volvo admite, no entanto, que o lançamento é a saída para ganhar market share na região mas não a opção favorita da montadora.
 

Prova disso é que o modelo é o único da linha que não tem versão semelhante comercializada na Suécia pela marca. O foco é o mercado latino-americano, com possibilidade de exportação para outros emergentes. O presidente da companhia para a América Latina, Luís Carlos Pimenta, admite que a empresa nunca apostou nesta configuração. “Sempre investimos e vamos continuar comercializando chassis com motores traseiros e centrais”, afirma. A expectativa era de que a demanda pelo propulsor dianteiro diminuísse, mas não foi o que aconteceu.
 

“Continuamos acreditando que o transporte de qualidade é o sistema BRT (Bus Rapid Transit), com transporte massivo feito por ônibus pesados, o que reduz o número de motores e de motoristas”, entrega. O projeto do B270F recebeu aporte de US$ 10 milhões para adaptar o chassi de um caminhão médio. A parte mais complicada foi convencer a matriz a produzir um veículo específico para a América Latina. O argumento vitorioso foi que a demanda por chassis com motores frontais é cerca de 65% maior do que a por veículos mais pesados, por causa do preço.
 

Modelo
 

O B270F chega com motor MWM 7.0, 6 cilindros, injeção common rail e 260 cavalos de potência. Apesar da proximidade do início da exigência de veículos que atendam à norma de emissões Euro 5, o propulsor ainda é Euro 3. “Não lançamos com esta configuração apenas por causa da pré-compra, que já está acontecendo. Também temos em vista mercados que não atualizarão a legislação ambiental, como o Peru e Uruguai”, explica Pimenta.
 

O executivo assegura que o chassi tem preço competitivo com os modelos semelhantes que já estão no mercado. Para esquentar a briga, a Volvo garante que o B270F é mais leve, com 4.450 kg, e mais potente do que os principais concorrentes. Inicialmente só está disponível o câmbio manual, fornecido pela Eaton, mas a empresa considera a possibilidade de oferecer uma versão com transmissão automática se houver procura.
 

Vendas

A estratégia para alavancar as vendas é pegar carona nos investimentos e licitações para o transporte público que atenderá a demanda da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. A empresa aposta ainda nos clientes que já têm veículos da marca mas compravam chassis com a configuração de motorização frontal de outras montadoras. Pimenta afirma que, mesmo antes do lançamento oficial, a Volvo já somava 300 pedidos do modelo. A expectativa é comercializar 860 unidades ainda este ano em toda a América Latina.
 


As vendas totais da empresa também seguem aceleradas. O presidente da companhia afirma ter fechado o primeiro semestre com 3 mil pedidos e espera chegar a 4 mil unidades até o fim do ano. Se alcançar a meta, a Volvo terá avanço de 177% sobre o resultado de 2010, quando vendeu 1.440 chassis na América Latina. A intenção é manter o ritmo na região em 2012, com 4 mil unidades. O Brasil deve absorver entre 2,3 mil e 3 mil delas, pois afinal, como lembrou Pimenta, “é ano eleitoral por aqui”.

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